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Coral cantos do vale

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Estação da cultura

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22 de dez. de 2008

27 DE DEZEMBRO
ANIVERSÁRIO DE MORTE
DO COMPOSITOR JOSÉ LUIZ

José Luiz, o compositor da “Grande Mágoa”. Com 50 anos bem vividos e prematuramente ceifados por um câncer que o matou tão cruelmente como o silêncio da memória dos que esqueceram do seu trabalho. Zé Luiz viveu um drama que só uns poucos médicos e enfermeiros acompanharam em Natal. Esquecido, doente, ele lutou como pôde para sobreviver. Foi derrotado tanto pela moléstia como pela indiferença dos que não souberam reconhecer o valor da sua poesia, ainda hoje cantada por muitos, jovens e velhos. Mas, como poeta ele não desanimou, nem se deixou magoar. Enfrentou heroicamente o seu destino. (Adeotado Reis – in memorian)





O COMEÇO
José Luiz nasceu em Ponta do Mato, distrito de Ceará-Mirim. Estudou o primário na cidade e em Natal iniciou o curso ginasial. Aos 18 anos, seguiu para o Rio de Janeiro no navio BAEPENDI, como soldado do Exército, pois devido a situação de guerra na Europa, as Forças Armadas do Brasil estavam em alerta. Mais tarde foi mobilizado para São Paulo, Três Lagoas e Aquidaurana.
Sua aptidão para tocar violão o conduziu a conhecer músicos famosos da época, principalmente do Rio de Janeiro, onde fixou residência após deixar o Exército. Quando servia as Forças Armadas conheceu Luiz Gonzaga, que mais tarde lhe deu uma força no mundo artístico, quando lançou o ritmo Baião no Café Nice.

O SUCESSO
Em 1937 José Luiz aparece como violinista do cantor Augusto Calheiros, para quem compôs: “Grande Mágoa” e “Vida de Caboclo”. Também atuou com seu violão ao lado do grande astro Vicente Celestino, no Brasil e pela América do Sul.
Em 1949 compôs o samba “Cremilda”, gravado por Moreira da Silva e o inscreveu no Concurso Oficial de Sambas e Marchas de carnaval do RJ, sendo o primeiro lugar. Disputaram com ele: Ary Barroso, Braguinha e Ataulfo Alves.
Ainda no Rio, juntou alguns músicos nordestinos e fundou um grupo regional para acompanhar nomes famosos, entre eles a cantora Ângela Maria, inclusive com participação no filme de Mazzaropi: “Fuzileiros do Amor”. Participou de outras produções cinematográficas como “O Cangaceiro” de Lima Barreto, interpretando um dos cangaceiros do bando de Lampião. Para o mesmo filme gravou junto ao “Coral do Norte” o tema “Mulher Rendeira”. “Fazenda do Ingá” e “O grande pintor”, estas últimas estreladas pelo comediante Ankito.
Na década de 50 esteve em Ceará-Mirim o cantor Augusto Calheiros, que ao se apresentar acompanhado pelo grupo de José Luiz, disse que era com muito orgulho que ia cantar o seu maior sucesso, da autoria do compositor filho de Ceará-Mirim. Nesse momento seu talento foi revelado.
José Luiz costumava todos os anos vir a Ceará-Mirim e realizava shows no Centro Esportivo e Cultural sem cobrar cachês. Demorava pouco devido a compromissos no Rio de Janeiro.

O HINO DE CEARÁ-MIRIM
Quando compôs em homenagem a Ceará-Mirim, o hino da cidade, ele, segundo palavras do amigo Jadson Queiroz, estava com lágrimas nos olhos e disse que “aquele hino, era a sua maior obra, pois entre tantas que havia feito, aquela era especial, porque era a prova do seu grande amor pela terra”. Jadson foi presenteado com uma cópia do hino, escrita do próprio punho em papel de carta e com uma dedicatória. Em 19 de outubro de 1973, numa proposição do então prefeito Ruy Pereira Júnior, a Câmara Municipal de Ceará-Mirim aprovou como Hino Oficial do município a sua composição.

A DOENÇA
José Luiz foi acometido de trombose, seqüela de um derrame cerebral, que o deixou com o lado esquerdo paralisado e com voz trêmula. Isso o afastou do meio artístico em 1963. Esse fato o trouxe de volta a Ceará-Mirim, mais precisamente para a comunidade de Ponta do Mato. Passou a viver de uma pensão concedida pela municipalidade. Tudo o que ganhou gastou em mesas de bares. Depois, em Ceará-Mirim residiu num quarto de pensão na Avenida Gal. João Varela. Posteriormente quando a doença lhe afligiu mais o corpo, José Luiz foi morar com uma irmã em Natal.

A MORTE E O ESQUECIMENTO
No dia 27 de dezembro de 1982, José Luiz faleceu no Hospital do Câncer Dr. Luiz Antônio. Sabe-se que o seu corpo foi sepultado no cemitério do Bom Pastor. Seus familiares não sabem a localização do túmulo.
Comenta-se que José Luiz teve muitas decepções no meio artístico, inclusive com Nelson Gonçalves, que aproveitou algumas de suas composições gravando-as como autoria de outros compositores.
No bairro das Quintas em Natal há uma rua com o seu nome. No distrito de Ponta do Mato há um Largo e também uma rua denominados Compositor José Luiz.
A Fundação Nilo Pereira tem pronto um busto seu para ser colocado em um logradouro público.
Ainda existe em Ceará-Mirim quem não ouviu falar em José Luiz.

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